A Ressurreição de Jesus Cristo
Mateus 28:1-8
Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito.
Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia. (v.6)
Introdução - A Notícia da
Ressurreição
As mulheres, Maria Madalena e a outra Maria, foram ao sepulcro bem cedo na madrugada de Domingo. Porquê? Esperavam encontrar lá sepultado o corpo de seu Mestre e Senhor. Queriam tratar dele, ungi-lo como era costume. As suas
intenções eram boas, mas o seu desejo não lhes foi concedido. Porquê? Era contrário
aos desígnios de Deus. Inclusive, não estava em conformidade com o que Cristo tinha predito e
declarado antes: …já ressuscitou, como havia dito..., esclareceu o anjo.
Isto
ensina-nos que, como crentes, por vezes abrigamos desejos e esforçamo-nos por
coisas, e oramos intensamente por assuntos que jamais alcançaremos, ou por
nossa ignorância, ou nosso esquecimento, ou nossa falta de atenção à Palavra de
Deus. Não alcançamos aquilo que é contrário à vontade e aos planos de Deus.
Foi
o caso da ida matinal das mulheres ao sepulcro em busca do corpo morto de Jesus
Cristo. Deus tinha trocado a tristeza de um cadáver pela alegria de um corpo
ressuscitado.
“Ele não está aqui” pode ser uma notícia muito triste de se
ouvir. Porém, de seguida, o anjo proclama logo uma notícia muito alegre: …já
ressuscitou….
As
Marias já não podiam ver o Cristo sepultado e morto. Igualmente, o mundo não pode ver o Cristo
morto. Elas não podiam ungir o Cristo que morreu. Mas vão poder ver o Cristo que
vive, que ressuscitou. E poderão prostrar-se aos Seus pés e adorá-Lo.
O
mundo, as igrejas, pode e deve, hoje, prostrar-se e adorar o Cristo ressuscitado
dentre os mortos. Podemos ouvir as jubilosas palavras: “Ide pois,
imediatamente, e dizei aos seus discípulos que já ressuscitou dentre os
mortos.” (v.7). Lembremo-nos desta preciosa lição.
O
texto contém pelo menos três lições centrais. Uma
certeza; um Convite e um Mandamento.
I. Uma Certeza – “Ele não está aqui, porque já ressuscitou…”
Jesus Cristo realmente RESSUSCITOU DE ENTRE OS MORTOS.
Há tanta evidência
da ressurreição de Cristo como de qualquer outro feito comprovado da história.
Provavelmente, não haverá nenhum outro evento da história que esteja tão plenamente
demonstrado e corroborado como o facto de que Jesus de Nazaré, que foi cravado
na cruz, que morreu, e foi sepultado, ressuscitou verdadeiramente.
Tal
como cremos nas histórias de Julio César, Alexandre, Vasco da Gama, Colombo, e de outros feitos da História
Mundial, baseados em documentos históricos, estamos obrigados a aceitar o
testemunho de, pelo menos, quatro livros universais: Mateus,
Marcos, Lucas e João. Para sermos honestos, temos que aceitar os testemunhos daquelas pessoas que
foram testemunhas oculares de Sua morte, e que O viram depois que ressuscitou
dos mortos.
1. Jesus morreu e foi sepultado - Que
Jesus Cristo ressuscitou dos mortos é uma realidade de facto. Ele permaneceu
morto e sepultado para que a Sua morte fosse corroborada, tanto pelos amigos como pelos
inimigos.
Não há dúvida que Jesus era um cadáver que tinha que ser
depositado no túmulo escavado numa rocha. Podiam tocar aquele corpo frio. Era o mesmo Cristo que antes tinham conhecido
em vida. Exactamente o mesmo, mas morto. Podia ver-se o seu rosto desfigurado e aflito pela agonizante morte. E também ver-se os sinais dos cravos, as marcas do ferro que furou as Suas amorosas mãos. Também observar os Seus pés perfurados e o
rasgão da lança do soldado romano que fez sair água e sangue do Seu corpo
morto. É Ele, o mesmo Cristo!
2. O Corpo morto de Jesus ressuscitou - Não foi uma ressurreição espiritual. E
foram estes mesmos membros frios, feridos e inertes, que ganharam vida gloriosa
pela ressurreição. Foi com este corpo
ressurrecto que Jesus Se apresentou aos Seus discípulos, e comeu com eles na
praia. Foi este mesmo corpo que Jesus mostrou a todos e foi com os Seus lábios que
disse ao incrédulo Tomé: Põe aqui o teu dedo,
e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas
incrédulo, mas crente. (Jo.20:27). Não
era um fantasma nem um espectro, como Ele disse: “Um espírito não tem
carne nem ossos, como vedes que eu tenho.”
Jesus
era um homem real, tão real depois da ressurreição como o tinha sido antes. E
Ele é um homem real e Deus hoje na glória celestial, tal como O foi quando
estava aqui embaixo na terra.
A
ressurreição é um facto tão literal como qualquer outro feito registado na
história. Cremos nela: Não está aqui, pois já ressuscitou. E esta verdade alegra-nos muito e consola-nos. Agora, ressuscitado, é o
nosso Advogado e Intercessor junto do Pai e está a preparar-nos um lugar no Céu.
De qualquer forma, pela fé cremos nessa ressurreição, mesmo que não tivéssemos hoje tantas evidências. Pois, a vida do crente é uma vida de fé.
II. Um Convite – “Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia”
Jesus de
facto esteve morto no túmulo. Foi o lugar onde o Senhor jazia. Jesus
esteve sepultado e morto por 3 dias. Aquele que criou os céus e a terra, Aquele
que tem a imortalidade, o Deus eterno, o Filho Unigénito do Pai foi entregue à
morte e foi sepultado como um qualquer mortal. Ele esteve realmente morto no
sepulcro.
Por quer deveríamos ir e ver o lugar
onde Jesus jazia? Bem, primeiro, a Bíblia não nos manda ir visitar o sepulcro de Cristo. O
N.T. nunca mostra os discípulos, as igrejas a viajarem para visitar o
sepulcro, ou o berço, de Cristo. Isso não se deve fazer. É uma visita em termos
espirituais. Quer dizer, devemos meditar nos acontecimentos daquela madrugada de há 2000 anos e reflectir nas suas verdades e lições.
Devemos
“ir e ver” o sepulcro de Cristo por dois motivos principais:
1.º - Para que vejamos que fomos nós os
causadores da Sua morte. Foi o nosso pecado
que levou o Salvador a jazer no sepulcro. Eu, pecador e transgressor das santas leis do
Senhor Deus, eu fui o causador da Sua morte. O meu
pecado, o pecado de cada pessoa deste mundo, separa-me do Deus Santo, mas Jesus veio ao mundo e morreu e foi
sepultado em meu lugar para que eu, crendo n’Ele, arrependido do meu pecado,
amando-O, possa ter a vida eterna. Jesus morreu e jazeu no sepulcro para salvar
o imundo pecador, a ti e a mim.
Jesus esteve morto pela culpa dos nossos
pecados. Fazemos bem em ver, espiritualmente, o sepulcro, pois foi causado, não
pelos crimes ou pecados de Jesus, pois ele é Santo, mas pelo meu pecado. Fazemos
bem em ir e ver para que nos arrependamos e nunca mais vivamos para o pecado.
Vinde,
vede o lugar onde o Senhor jazia. Vamos e
vejamos onde colocaram Jesus para ressuscitar ao terceiro dia, para que celebrarmos
o triunfo sobre a morte. Cristo despedaçou
as portas do inferno e ressuscitou.” Agora, hoje, cantemos-Lhe
e demos-Lhe toda a glória.
2.º - Para vermos que
o túmulo de Cristo está vazio. Jesus
ressuscitou. Ele não está mais pendurado numa cruz, nem está mais sepultado.
Jesus está vivo, sentado à direita do Pai, reinando como Rei e Senhor.
III. Um Mandamento – “Ide, pois, imediatamente, e dizei aos seus
discípulos que já ressuscitou de entre os mortos” (v.7)
Por fim, a ressurreição de Cristo é para
ser anunciada, não é para ficar escondida. A mensagem do Evangelho tem poder,
salva e dá nova vida às pessoas, dá esperança da glória eterna e dá a certeza
de que os crentes também ressuscitarão, porque Jesus ressuscitou dos mortos.
A
igreja, os crentes, têm que continuar hoje, não apenas a crer, mas a
testemunhar ao mundo que Jesus Cristo ressuscitou. A morte já foi vencida. E
devemos fazê-lo imediatamente.
Crer e confiar na ressurreição de Jesus Cristo é um privilégio. Dar testemunho aos outros desta verdade e do seu impacto na vida de cada um é outro privilégio precioso. Quando o fazemos, estamos a ser aquilo que o Senhor Jesus Cristo nos pediu: Vós sois o sal da terra...vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte. (Mateus 5:13-14). Não se pode esconder a ressurreição de Jesus Cristo.
Rui Simão
pastor na Igreja Evangélica Baptista de Moreira da Maia